quarta-feira, 14 de agosto de 2013


Quaresma, um tempo forte e favorável para refletir em família.

Vamos viver um tempo profundo na espiritualidade familiar. Que cada membro de sua família viva intensamente este grande retiro espiritual que o tempo quaresmal nos oferece. Recordando o povo de Deus outrora no deserto, peregrinando por 40 anos... Lembrando-nos dos 40 dias de jejum de Jesus...

Mais uma vez vamos viver este tempo de conversão! O número quarenta é símbolo de uma geração, ou seja, evoca a história de cada um de nós, também nossa história de família. Quem durante a vida não experimenta ou experimentou uma situação de deserto? Quem não vive ou viveu momentos de profunda solidão e sofrimento? Tudo isso, faz parte de nossa peregrinação por aqui. Nesse tempo, queremos nos aprofundar em nossa espiritualidade cristã e de cristão familiar, encontrando;

·         Um tempo para partir em busca de algo que esteja de repente tão perto de você.

·         Um tempo para a oração, afinar tua comunicação com o Deus vivo.

·         Um tempo para perdoar, reconciliando-te com teu irmão e com Deus.

·         Um tempo para partilhar; dividindo com teu irmão (a) talvez tua descoberta de ter encontrado o caminho do deserto.

·         Um tempo para amar.


Queremos colocar em Cristo nossas dores, nossas chagas, nossos sofrimentos, nossas desilusões. Ele saberá o que fazer com tudo, aliás, já assumiu para si, de antemão, todas essas situações. Desejamos viver esse tempo como resgate de esperança e, tomados pelas mãos do Senhor, queremos atravessar o "deserto", certos de que uma terra nova acharemos, um novo momento celebraremos, o novo se dará. Num mundo cercado por violência e injustiças, no qual a insegurança passa a fazer parte da vida de todos, como nos recorda a Campanha da Fraternidade 2009, vamos tomar para nós os ideais de paz e justiça de nosso Mestre Seguro em suas mãos experimentaremos vida nova.

Como pais e filhos, como marido e mulher, como irmãos, vamos deixar a Liturgia da Igreja iluminar nossa vida. Que em cada domingo da Quaresma consigamos dar os passos desejados. Vivenciaremos um encontro com Aquele que nos serve pelos seus anjos (cf. Mc 1, 13 - primeiro domingo); contemplaremos o Senhor que se transfigura em luz e ilumina a caminhada (cf. Mc 9,2-3- segundo domingo); cresceremos no zelo pelo que é do Senhor, a começar por nossa história pessoal (cf. Jo 2,17 - terceiro domingo); olharemos para Aquele que tem o poder de nos curar definitivamente e amaremos não as trevas, mas sim a Luz (cf. Jo 3, 19 - quarto domingo). E com os discípulos de outrora exclamaremos: queremos ver Jesus! (cf. Jo 12, 21 - último domingo da Quaresma).

Que travessia abençoada será esta! Aproveitemos esse tempo de reconciliação. Na celebração da Páscoa, findando a travessia do deserto, chegaremos à margem onde está o Ressuscitado; e como dizia o saudoso D.Helder Câmara: faremos a experiência da "madrugada da Ressurreição, momento lindo de se viver!" Chegaremos ao nosso porto seguro e proclamaremos a quantos queiram nos ouvir: vale a pena atravessar o deserto, pois sabemos em quem colocamos nossas esperanças! E, se por ventura, encontrarmos alguém às margens do caminho, às vezes dentro de casa mesmo, faremos nossa parte.

Somos um convite vivo de Deus para que todos experimentem Vida Nova! Um santo tempo quaresmal para você e sua casa!  

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Fé e Razão.

A fé revelada por entre meio os segredos Divino, nos faz crer que tudo que sai da boca de Deus é verdade. Não que Deus seja apenas uma expressão de verdade, mas que Deus é a própria verdade. Já desde o antigo testamento, por meio dos profetas, e depois a revelação definitiva por meio de seu próprio filho Jesus Cristo nosso Senhor. A fé é a nossa base de sustentação na verdade revelada por Deus de Si próprio e de seu Filho Jesus Cristo. Cometemos pecado quando deixamos de dar crédito às coisas reveladas por Deus e passamos a dar crédito as outras que não tem sua origem através de revelação Divina. A fé é um Dom gratuito de Deus e se desenvolve como virtude muitas vezes entre aqueles que mais se sentem necessitados da Graça de Deus e buscam terra firme na pátria Celeste ao lado do Pai. A dimensão humana, tambem tem a capacidade pela Graça do Espírito Santo, isso é próprio da natureza do homem. A fé inteligente motiva o homem à luz da verdade que Deus não engana, nem pode ser enganado. A fé caminha num compasso de harmania com a ciência, pois embora  ela esteja acima da razão, não pode jamais haver desarmonia entre uma e outra, por quanto o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé, doutou o espírito humano da luz da razão.
Para refletir:
* O que é fé?
* Você se considera uma pessoa de fé?
* O que você tem feito para aumentar sua fé?

Santo Agustinho dizia assim: "Credo ut inteligam et inteligo ut credam". "Creio para entender e entendo para crer". "Para Agustinho a fé deve iluminar a razão, porque está gravemente ferida pelo pecado original, de maneira que o homem não pode conhecer a Deus se não estiver sob o influx da Graça de Deus que o ilumina. É a famosa teoria da  iluminação de Santo Agostinho. Da mesma forma que quanto mais o homem conhece a Deus, objeto último de seu intelecto, mais ele crê e O ama. dessa forma intelecto e sensibilidade andam juntos. Se a razão não for iluminada pela fé, não consegue alcançar seu objetivo de conhecer a Verdade que é Deus em última instância. E a fé não pode crescer se não for alimentada pela inteligência.
Que tua fé seja cheia de razão e tua razão seja cheia de fé. Fé e razão não podem contradizer-se, pois foram ambas criadas por um mesmo Deus. A razão é básica, a fé é mais elevada. A fé supõe a razão, pois não se pode chegar ao décimo degrau sem passar pelo primeiro. No entanto há verdades que a razão não pode alcançar, então ela se rende a fé, que estende sua mão para que a razão possa enxergar".
Fonte(s):
Carta Encíclica do Papa João Paulo II "Fides et Ratio".

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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Ir. Carlos Carretto: O homem do deserto na cidade.

Carlos Carretto, um nome marcante na história da Igreja católica, nascido em Alexandria, na Itália, no ano de 1910, já falecido, deixou um enorme serviço prestado como evangelizador e sua lembrança nos faz senti-lo sempre vivo. Apesar de ter comovido grandes multidões, viveu longos anos de solidão. Trouxe do deserto do Saara, a experiência de um encontro pessoal com Deus. Extraordinário animador de Jovens, escreve a pedido deles, "deserto na cidade", uma obra que ensina como se fazer a experiência de deserto em meio ao barulho quase ensurdecedor das grandes metrópoles.  Ele começa a obra dizendo assim: "E aqui estou eu respondendo a quem me pediu que o ajudasse a buscar na cidade a união com Deus, a intimidade com o absoluto, a paz e a alegria do coração, o invisível presente, a realidade divina, o Eterno. Vamos logo dizendo:  não é nada fácil! Vivemos num século trágico no qual os homens, mesmo os mais fortes, são tentados na fé. É uma época de idolatria, de angústias, de medo; uma época em que o poder e a riqueza obscureceram no espírito do homem a exigência fundamental do primeiro mandamento da Lei: "Amarás a Deus de todo o teu coração..." Como vencer essas trevas que oprimem o homem moderno? Como enfrentar este demônio do meio-dia que ataca o fiel na maturidade da sua existência? Não hesito em dar uma resposta que experimentei na carne num momento difícil da minha vida: Deserto...deserto...deserto! Quando pronuncio esta palavra, sinto dentro de mim que todo o meu ser estremece e se põe a caminho, embora ficando materialmente imóvel no lugar onde se encontra. É a tomada de consciência de que é Deus quem salva; de que sem ele estou "na sombra da morte"; e que para sair das trevas devo lançar-me no caminho no caminho que Ele mesmo me indicar. É o caminho do Êxodo, é a marcha do povo de Deus da escravidão dos ídolos para a liberdade da Terra Prometida, para a luminosidade e a alegria do Reino. E isso através do "deserto". Esta palavra deserto é bem mais do que uma expressão geográfica que nos traz à fantasia uma região desabitada, sedenta, árida e vazia de presenças. Para quem se deixa penetrar pelo Espírito que anima a Palavra de Deus, "deserto" é a procura de Deus no silêncio, é uma "ponte suspensa" lançada pela alma enamorada de Deus sobre o abismo tenebroso do próprio espírito, sobre as estranhas e profundas fendas da tentação, sobre os princípios insondáveis dos próprios medos, que obstaculam o caminho para Deus. "Semelhante deserto silencioso é santo e é uma oração para além de toda oração que conduz à Presença contínua de Deus e às alturas da contemplação onde a alma, enfim pacificada, vive da vontade daquele que ela ama totalmente, absolutamente, continuamente...".
Carlos Carretto
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Deserto na cidade.
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