segunda-feira, 2 de maio de 2016


E eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram”.

No texto de Mc 1,16-20, encontra-se a narração da vocação dos primeiros discípulos. Tudo acontece e termina na Galileia. É lá que Jesus inicia o seu ministério público, mas também é para lá que ele volta para terminá-lo. Jesus passa e chama os pescadores, as duas duplas de irmãos que no momento do chamado estão ocupados com seus afazeres, dois deles jogavam as redes ao mar e os outros dois, estavam na barca consertando as redes. São eles Simão e André; Tiago e João.

O chamado acontece na vida cotidiana das pessoas, e em lugar concreto. A resposta é imediata, os irmãos deixam tudo para trás e seguem a Jesus. O caminho do seguimento abre mão das seguranças, a fé é o que impulsiona a andar rumo ao desconhecido. Este chamado é para Marcos um modelo de conversão, requer obediência imediata e incondicional. Os discípulos não se oferecem por iniciativa própria, eles são chamados e respondem a esse chamado a partir de onde estão, tal resposta exige grande disponibilidade e despojamento.

Jesus chama-os a segui-lo e a ficar com Ele. É preciso deixar-se configurar a Ele e assim formar uma comunidade, tendo em vista uma missão. Tornar-se discípulo é acolher seu chamado, renunciar a si mesmo e comunicar a experiência de vida com Jesus. Só quem faz a experiência de Jesus e compartilha a vida com ele pode anunciá-lo. Sem seguimento, não é possível a conversão e nem a missão. Jesus os chama a ser seus discípulos e testemunhas de sua missão e a contribuir para a vinda do reino.

A expressão utilizada pelo evangelista “pescadores de homens” abre a uma missão além fronteiras, que ultrapassa os limites do povo judaico. Esta narrativa mostra o compromisso definitivo e irrevogável que advém da vocação cristã e expressa o radicalismo da resposta de quem se coloca neste caminho de seguimento e discipulado. Seguir Jesus implica redefinir completamente a própria vida e colocar-se em um caminho que comporta alegrias, sofrimentos e amor desmedido.

O caminho de discipulado, portanto, acontece ao longo de todo o evangelho e não em um momento pontual, ainda que o primeiro chamado configure o momento ápice da caminhada vocacional. O abandono das redes, da família, de projetos e sonhos expressam a disposição dos chamados ao assumir uma nova missão.
Algumas perguntas que podem ajudar na reflexão:

  • No meu cotidiano deixo espaço para ouvir a voz do Senhor, que chama?
  • Do que preciso me desapegar nesse momento para seguir a Jesus?
  • A partir da realidade em que vivo e atuo, o que posso fazer para convidar outros ao seguimento e discipulado?
  • Em tempo: Não há cristão sem Cristo, Não há Evangelho sem Cruz e não há igreja sem discípulo missionário.

     Diác. Francisco Alves