quarta-feira, 24 de julho de 2013


Com certeza, um dos caminhos que levam ao discipulado nasce da pergunta: “Mestre onde moras? Venham e vocês verão. Então eles foram... E começaram a viver com Ele”, Jo (1,38-39). Tudo se dá a partir do “Encontro”.

“Queridos irmãos e irmãs, tenha, pois, amarrado em si, o pascal avental da gratuita partilha, isso permitirá que a água da providencial bacia, presente como sempre nestas horas, de escorrer entre seus dedos e suas calejadas mãos para os fraternos pés fadigados e sujos de seus irmãos/ãs. Por isso, só por isso e, sobretudo por essa atitude permanentemente Pascal, feliz Pascoa.

Sabemos que desejar os votos de Páscoa se tornou cada vez mais difícil, especialmente nesta data marcada do ano litúrgico porque, pouco a pouco, eles se desvirtuaram perdendo o “Original Significado” substituído pelos reluzentes ovos de chocolate escondendo as surpresas e expostos criativamente e indistintamente nos vitrines de cada lugar; pelos singelos e desanimados coelhinhos de pelouse pensados e vendidos de todos os tamanhos para explorar qualquer bolço; pelos presentes de conveniências sempre mais embrulhados, prateados e dourados a fim de respeitar as aparências; pelas mesas fartas, possivelmente repletas de produtos importados; pelas férias tiradas para longe da comunidade de pertença e até, muitas vezes, do conjunto da família, privilegiando passeios e praias aconchegantes”.

Olhado de repente estas frases, colocadas assim como vem à mente, pelo autor e perpassando um pouco o caminho da via Sacra, que Jesus passou antes de chegar ao Calvário, naquela sexta feira, me transporto para o cenário da ressurreição; um túmulo aberto onde antes havia sido colocado alguém definitivamente morto e protegido por guardas dispostos a não permitir nenhuma tentativa de violação daquele lugar. Mas para surpresa das mulheres que antes do dia amanhecer por completo, (depois do sábado, ao amanhecer do primeiro dia da semana) já estavam à beira da porta do túmulo para testemunhar depois o que ali viram (Mt 28,1). O lugar totalmente vazio não havia mais aquele que fora ali sepultado (Jesus), só o lençol de linho caído ao lado. Aí começo a entender o“original significado” da Páscoa (passagem)(Mt 28,2-6). Passando a diante, começo a entender também minha missão de cristão seguidor que deve ser também a tua, às vezes não entendemos o esvaziamento de nossas casas de orações (Igrejas) em dia de celebrações ou outra atividade pastoral, é que estamos acostumados com um modelo de Igreja que espera, enquanto deveríamos ser uma Igreja que vai ao encontro conforme fez o mestre (Lc 24,13-35). Na verdade, esse ir ao encontro, no fundo é mesmo um estar sendo levado, quando a pessoa cultiva dentro de si o verdadeiro projeto de Deus, faz dele um valor absoluto, Cristo é esse absoluto, todos os outros valores são relativos. Aí, voltando às primeiras linhas deste texto, vejo apontado em minha direção à necessidade de amarrar o avental da gratuidade e num desprendimento total de minha vaidade, me fazer imitador daquele que um dia me chamou, vem, segue-me. “Eu Sou o Caminho a Verdade e a vida” (João 14,6).

Diác. Francisco Alves de Sousa.

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